Omulu (Obaluaiyé) é o rei da terra. A sua vestimenta é feita
de ìko; uma fibra de ráfia extraída do Igí-Ògòrò, a “palha da costa”, elemento
de grande significado ritualístico, principalmente em ritos ligados à morte e
ao sobrenatural, sua presença indica que algo deve ficar oculto. Compostos de
duas partes o “Filá” e o “Azé”, a primeira parte, a de cima, que cobre a cabeça
é uma espécie de capuz trançado de palha da costa, acrescido de palhas em toda
sua volta, que passam da cintura, o Azé, seu asó-ìko (roupa de palha) é uma
saia de palha da costa que vai até os pés em alguns casos, em outros, acima dos
joelhos, por baixo desta saia vai um Xokotô, espécie de calça, também chamado
“cauçulú”, em que oculta o mistério da morte e do renascimento. Nesta
vestimenta acompanha algumas cabaças penduradas, onde supostamente carrega seus
remédios. Ao vestir-se com ìko e cauris, revela sua importância e ligação com a
morte.
Sua festa anual é o Olubajé. Tido como filho de Nanã no
Brasil, a sua origem, forma, nome e culto na África é bastante variado, de
acordo com a região, essa variação de nomes é em conformidade com a região,
Obaluaiyé ou Xapanã em Tapá (Nupê) chegando ao território Mahi ao norte do
Daomé; Sapatá é a sua versão Fon, trazida pelos Nagôs.
Em alguns lugares se misturam, em outros são deuses
distintos, confundidos até com Nanã Buruku; Omulu em keto e Abeokutá. O seu
parentesco com Oxumaré e Iroko é observado em Keto (vindo de Aisê segundo uns e
Adja Popo segundo outros), onde se pode ver uma lança (oko Omolu) cravada na
terra, esculpida em madeira onde figuram esses três personagens mencionados,
também em Fita próximo de Pahougnan, território Mahi, onde o rei Oba Sereju,
recebera o fetiche Moru, três fetiches ao mesmo tempo Moru (Omolu), Dan
(Oxumaré) e Loko (Iroko).
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