Oxum recebeu de Obatalá, a ordem de iniciar o primeiro
ser humano no culto aos Orixás. Conta um itan do Odu Oxefun, que certo
dia, havendo selecionado entre muitos, aquele que viria a ser o primeiro
iniciado, Oxum tratou de seguir as orientações fornecidas pelo grande Orixá
Funfun, contando para isto com o auxílio de Bará e Ossanha, além das
orientações de Oromilaia.
Todos os preceitos foram seguidos à risca e era Oxalá
Oromilaia, através da consulta ao oráculo, quem traduzia as orientações
emanadas de Obatalá.
Ao fim da cerimônia, verificou-se uma total mudança na
personalidade do iniciado que, de pessoa comum, transformou-se num ser
excepcional, dotado de profundo sentimento religioso e plena dedicação ao culto
para o qual havia sido preparado.
Diante deste fato, Oxum percebendo que jamais seria
possível a obtenção de um ser humano de tantas qualidades, intercedeu junto ao
Grande Orixá para que o sacerdote fosse poupado do toque de Ikú (a morte).
Obatalá em sua imensa sabedoria, não querendo
interferir na lei natural que determina que todos os seres vivos devem um dia
ser entregues aos cuidados de Ikú, admitiu a possibilidade de eternizar, apenas
simbolicamente, aquele a quem foi confiada a propagação de sua própria religião
e desta forma, ordenou que sobre sua cabeça fosse colocado o oxú,
transformando-o imediatamente, numa ave a que deu o nome de Etú (galinha d'Angola)
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário