“… E o Anjo Lúcifer, de rara beleza, quis ser o filho de
Deus na Terra. Mas Deus recusou. Lúcifer, então, revoltou-se contra o Todo
Poderoso e foi banido dos Céus, com os seus fiéis e confinado ao Inferno, onde
ficaria para todo o sempre…”
A Mitologia cristã, então, deu nome aos dois, ou seja,
explicou a existência do Bem e do Mal, embora jamais admita que ambas as forças
são de igual peso, pois assim admitiria que Lúcifer, o Anjo banido do Céu,
teria o mesmo poder que o criador. Convenhamos que ficaria bastante difícil…
Assim, o homem criou a imagem do Diabo, Demónio, Satanás,
Capeta, Cão, ou outro qualquer sinónimo ou adjectivo que queiram aplicar-lhe.
Teria então, o Diabo, a imagem repugnante de um homem de
chifres, com asas de morcego, pés de bode, corpo avermelhado, dentes
pontiagudos e dotado de uma maldade infinita.
A Igreja correlacionou, então, o Diabo cristão com o Exú
dos Africanos, mostrando que nós, seguidores da cultura Africana, adoramos
também o Capeta. E praticamente conseguiram perpetuar essa imagem e passá-la
para a Umbanda, que tem, nas casas de Exú, imagens como aquelas que descrevi do
Diabo.
Existem até aqueles que fazem uma relação de variações de
Demónios cristãos como Asmodeus, Belzebu e Lúcifer, com Exús Africanos como Exú
Tiriri, Exú Lalu, Exú Marabô, por exemplo. Mas isso não passa de um equívoco.
Não chega a ser, nem de longe, sincretismo, muito menos uma equivalência.
A imagem do Diabo foi criada pelos cristãos. O mal assim
ganhou forma, e hoje, a quase totalidade da humanidade acredita nesta figura
temida, horrorosa e repugnante do Diabo.
Colocando de lado as questões de “Deus e Diabo”, temos que
admitir que existe o equilíbrio de forças do Bem e do Mal dentro de cada um de
nós. Desenvolvemos aquela que mais nos fascina, mas não culpemos o Diabo, nem
mesmo a Deus, pois temos o livre-arbítrio para escolher a nossa conduta.
Desenvolvemos as duas forças dentro de nós, nas mesmas proporções, se
quisermos, pois podemos ser bons ao extremo, e maus, na mesmíssima proporção.
Tudo o que é bom, tem um lado mau. E vice-versa. O homem é
que delineia isso, aliado às condições sociais, ou através do seu interior, que
pode tender para qualquer lado ou em qualquer direcção.
Fica assim o Diabo, como representação “folclórica” de
tudo aquilo que não presta, de tudo aquilo que é contrário aos dogmas da Igreja
e tudo aquilo que é, decididamente, Mal. Fica o Diabo como símbolo de todos os
crimes, destruições, situações adversas e maldades existentes no mundo, pois a
preguiça do homem – que por sinal é obra do “Capeta” – não permite que ele veja
os pólos opostos que, óbvia e logicamente, existem no Universo, incluindo o
planeta em que vivemos.
Então, “o Diabo que os carregue”, pois prefiro ver as
coisas de forma mais lógica e transparente. Prefiro olhar para a Natureza,
admirá-la, estudá-la, para que possa, como muitos que pensam desta maneira,
encontrar a harmonia plena e definitiva.
muitas pessoas pessa que exu nao eu diabo com muitas pessoas achasi exu uo nizila nao eu diabo grande orixa uo grande inkici com todos axe bengue
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