Em Portugal, no Brasil e em vários lugares do mundo existem
milhares e milhares de pessoas que, maravilhadas pelo mistério dos Orixás, quer
sejam descendentes de africanos, europeus, asiáticos ou de qualquer outra raça
do planeta, acabam transpondo as portas da iniciação, surpreendidos pelo
paradoxo de defrontar-se com crenças alicerçadas em rituais de rebuscada
complexidade e ao mesmo tempo simples no entendimento na sua essência. As
cerimónias são alegres, coloridas, embaladas pelo som dos tambores, agregando
pessoas de todas as camadas sociais; contudo, o aprendizado ritual e filosófico
requer estudos sérios e contínuos, que acompanharão o iniciado pela vida fora.
Que mistérios são esses, ocultos no meio de lendas e ensinamentos de sabedoria
ancestral? O que na verdade leva pessoas em busca da iniciação?
O que é Iniciação
Iniciar-se (popularmente diz-se “fazer santo”) é
possibilitar através de rituais próprios, que o lado divino da pessoa
transpareça; é libertar o Deus Interior que existe em cada ser humano,
permitindo-lhe vir à tona, e provocar o impulso irresistível capaz de conduzir
a individualidade à realização pessoal, estabelecendo dessa maneira a mais
perfeita comunhão possível com o Universo, com a Natureza, com o Criador, com a
própria Vida, no seu pulsar infinito. Corpo físico, mente e alma são
ritualisticamente preparados para os componentes da manifestação divina.
Condições propícias são estabelecidas para que a memória ancestral possa
florescer nos confins do inconsciente, produzindo muitas vezes o transe, nas
suas mais variadas formas e também variados graus.
“Fazer santo” é nascer de novo, renascer como indivíduo mais
forte, completo, potencialmente seguro, com melhores condições para, ao
abandonar medos, traumas ou bloqueios, se lançar inteiro na busca da realização
pessoal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário