segunda-feira, 20 de agosto de 2012

A Iniciação no Candomblé ( parte 1 )



Em Portugal, no Brasil e em vários lugares do mundo existem milhares e milhares de pessoas que, maravilhadas pelo mistério dos Orixás, quer sejam descendentes de africanos, europeus, asiáticos ou de qualquer outra raça do planeta, acabam transpondo as portas da iniciação, surpreendidos pelo paradoxo de defrontar-se com crenças alicerçadas em rituais de rebuscada complexidade e ao mesmo tempo simples no entendimento na sua essência. As cerimónias são alegres, coloridas, embaladas pelo som dos tambores, agregando pessoas de todas as camadas sociais; contudo, o aprendizado ritual e filosófico requer estudos sérios e contínuos, que acompanharão o iniciado pela vida fora. Que mistérios são esses, ocultos no meio de lendas e ensinamentos de sabedoria ancestral? O que na verdade leva pessoas em busca da iniciação?

O que é Iniciação

Iniciar-se (popularmente diz-se “fazer santo”) é possibilitar através de rituais próprios, que o lado divino da pessoa transpareça; é libertar o Deus Interior que existe em cada ser humano, permitindo-lhe vir à tona, e provocar o impulso irresistível capaz de conduzir a individualidade à realização pessoal, estabelecendo dessa maneira a mais perfeita comunhão possível com o Universo, com a Natureza, com o Criador, com a própria Vida, no seu pulsar infinito. Corpo físico, mente e alma são ritualisticamente preparados para os componentes da manifestação divina. Condições propícias são estabelecidas para que a memória ancestral possa florescer nos confins do inconsciente, produzindo muitas vezes o transe, nas suas mais variadas formas e também variados graus.
“Fazer santo” é nascer de novo, renascer como indivíduo mais forte, completo, potencialmente seguro, com melhores condições para, ao abandonar medos, traumas ou bloqueios, se lançar inteiro na busca da realização pessoal.

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